Radio Unirádio

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Unirádio – A Rádio da Região!

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Nasceu, como todas na altura, “pirata”, sem legislação suporte à sua acção. Era assim. A carolice de uns quantos até hoje apanágios do seu quotidiano, fê-la enfrentar mudanças radicais do seu dia-a-dia. Os “macanudos” era o nome atribuído às pessoas que andavam “entretidas” a comunicar com rádios CB’s instalados nos carros e utilizavam a Banda do Cidadão. A Banda do Cidadão é uma forma de comunicação rádio, de características bidireccionais, utilizando a faixa de emissão dos 11 metros, de fácil manuseamento e de custo relativamente acessível. ... See more

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[2023-04-05 03:15:10]
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2023-12-22 12:10:59
ótimo, obrigado!
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Nasceu, como todas na altura, “pirata”, sem legislação suporte à sua acção. Era assim. A carolice de uns quantos até hoje apanágios do seu quotidiano, fê-la enfrentar mudanças radicais do seu dia-a-dia.

Os “macanudos” era o nome atribuído às pessoas que andavam “entretidas” a comunicar com rádios CB’s instalados nos carros e utilizavam a Banda do Cidadão. A Banda do Cidadão é uma forma de comunicação rádio, de características bidireccionais, utilizando a faixa de emissão dos 11 metros, de fácil manuseamento e de custo relativamente acessível.

Estes elementos “macanudos” reuniram no dia 1 de Dezembro de 1986, no edifício da Associação Humanitária de Reguengos de Monsaraz, onde foi constituída a “Rádio Voz de Reguengos, Cooperativa de Responsabilidade Limitada”, e aprovados os seus estatutos, tendo sido nomeado primeiro presidente da direcção o Comandante da respectiva Associação onde se estava a reunir oficialmente pela primeira vez.

Os objectivos da rádio eram, de acordo com os estatutos, a “promoção, incentivação e apoio às actividades culturais, recreativas e afins do concelho, através da radiodifusão.”

O local escolhido para a instalação da rádio foi a antiga torre da Associação Humanitária, situada no Campo 25 de Abril, que de imediato foi disponibilizada e remodelada para ai funcionar o seu núcleo. O edifício era e ainda é composto por três pisos. No segundo andar estão os dois estúdios (um de emissão, outro de gravação), enquanto que, no primeiro andar, situam-se o escritório e a sala de reuniões. No rés-do-chão está o hall de entrada, que, presentemente, funciona como museu da rádio, onde estão os aparelhos mais antigos da estação.

Contudo, em 1989, o Governo decide legislar sobre a situação das rádios piratas que proliferavam pelo País e ocupavam todo o espectro radioeléctrico, tendo ai sido decidido, que o concelho de Reguengos de Monsaraz só tinha disponibilidade para uma frequência, o que, obviamente, preocupou as pessoas ligadas ás rádios, pois todas elas funcionavam per si e num regime de amadorismo que a legislação iria terminar. Poucas condições financeiras, escassez de recursos humanos qualificados, a falta de experiência no ramo, ninguém parecia possuir condições por si só de se candidatar individualmente e ganhar o alvará, para além do receio de ser perdida para a concorrência este trunfo tão desejado.

Tendo em conta estes factores, aos elementos das três rádios piratas existentes no Concelho não coube outra alternativa senão decidir unir-se, sendo assim criada uma União de Cooperativas caso único no país que ainda hoje perdura e ao qual atribuíram o nome Unirádio. Três estúdios pobres e humildes mas de ego grande, passaram a repartir na mesma frequência, as suas emissões cada um a emitir 6 horas diárias, ficando as outras horas sem funcionar, por falta de recursos humanos.

A criação da Unirádio foi como se adivinha muito conflituosa, porque a génese da sua criação foi forçada pelo imperativo legal e não operacional, contabilístico e financeiro, levando a um sem número de divergências de todas as partes. Foi a forma encontrada para que pudessem funcionar como um todo e servir os interesses do concelho de Reguengos sem correrem o risco de pura e simplesmente desaparecer cada um individualmente.

Um dos primeiros programas da Rádio Voz de Reguengos chamava-se “Viva a Vida”, e consistia em conselhos práticos de saúde e situações relacionadas com a Associação Humanitária. Apesar da falta de qualidade, foi um sucesso, pois era algo novo na localidade.

Depois vieram os programas de animação onde os discos de vinil tinham um papel preponderante. António João Janes, hoje jornalista da TSF, foi um dos impulsionadores desse tipo de programas na Rádio Voz de Reguengos.

Ao nível informativo, apenas havia um programa semanal de nome “Magazine Semanal” onde eram abordados os temas mais importantes que ocorreram nessa semana no concelho.

Em 1991, foi adquirido o 1° telemóvel do concelho de Reguengos, que custou 500 contos (2500 euros), sendo utilizado em relatos de futebol e em alguns directos de acontecimentos importantes que aconteciam no concelho. Na altura em que se começou a trabalhar com este telemóvel, poucos sabiam trabalhar com ele, e só saía da estação com a autorização do presidente. Para além disso, os custos de operação eram altos e existiam muitas dificuldades na obtenção de rede. Era muito limitativo.

Em 1992 uma nova era se iniciou na medida em que os cooperantes habituais e fundadores, por razões diversas, se afastaram ficando a rádio com poucos recursos humanos a algum vazio de poder. Foi nessa altura que um dos sobreviventes da fundação levou para a rádio um grupo de jovens, que mais tarde se tornaram na espinha dorsal da estação emissora, tendo Nuno Medinas assumido o cargo de Presidente deixado vago pelo seu antecessor João Prego. Em 1996, Paulo Marcão foi eleito Presidente da Direcção, cargo que mantém até à data.

Com a entrada destes jovens, o cooperante fundador tencionava “refrescar” a estrutura da rádio, o que acabou por acontecer.

No ano de 1998, para acompanhar o desenvolvimento tecnológico, a estação modernizou-se e adquiriu um sistema de automação de rádio.

Em Maio de 2004, uma das cooperativas radiofónicas do concelho e fundadora da Unirádio, dissolveu-se em assembleia-geral pedindo a sua demissão, ficando desvinculada da própria programação a partir de 2 de Julho desse mesmo ano. Com esta nova situação, a Unirádio poderia dissolver-se face ao antigo Código Cooperativo, contudo, a nova legislação sobre o mesmo código refere que as Cooperativas de grau superior, que é o caso da Unirádio, tenham agora um mínimo para funcionar de dois Cooperantes, pelo que a nova legislação permite um quadro legal de funcionamento.

Mais tarde em 2005, a falta de cumprimento de obrigações levou à expulsão por violação dos estatutos, da outra cooperativa fundadora da Unirádio.

Actualmente, no projecto Unirádio, a Rádio Voz de Reguengos faz parceria com uma nova Cooperativa de rádio a Reguengos FM criada especificamente para o efeito e salvaguarda do alvará da União.

A rádio, funciona hoje com vários departamentos.

O Departamento de informação e trata todas as notícias locais, regionais e algumas nacionais. Este departamento é composto por um jornalista credenciado e um repórter.

No Departamento de Programação trabalham dois animadores de emissão. Para além destes funcionários, existem colaboradores nos vários programas que compõem a grelha.

A programação tem sido uma das áreas sempre em constante remodelação com a introdução de programas temáticos diferenciados.

Os programas desportivos continuam a ser um dos pontos fortes da programação da rádio, com destaque para os relatos de futebol que marcam presença na estação desde o primeiro ano de existência.

Existe também o Departamento de publicidade, pois a rádio vive exclusivamente das receitas publicitárias, e é composto por uma pessoa que trabalha nessa área, de forma a rentabilizar ao máximo o espaço da emissão. Ainda existe o Departamento financeiro, que é gerido pela Direcção.
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